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Mostrando postagens de julho, 2008

Ao redor do lago

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Nas horas seguintes, conheci a parte do centro que fica às margens do lago e me pus a caminhar no calçadão que fica na sua orla. Acredito que haja pouco mais de 2km entre o centro de Lugano e a parte conhecida como "Lugano Paradiso", no extremo oposto da cidade. A visão bucólica daquela cidadezinha numa tarde de clima agradável foi muito legal. A maioria das pessoas andando por ali era de velhinhos mesmo, a maioria com jeito de ricos. Fiquei realmente admirado com a limpeza e a organização de tudo. Foi o lugar mais perfeitinho que havia conhecido até então. Mais uma vez se confirmou uma coisa que hoje eu percebo com bastante clareza: as melhores sensações que tenho em viagens ocorrem em lugares inesperados, dos quais nunca tinha ouvido falar direito ou nos quais não sabia muito bem o que veria. Os cartões postais tradicionais, com honrosas exceções como o Coliseu, Veneza, Barcelona e a parte histórica de Praga, acabam sempre sendo algo ou previsível (e portanto nada demais) o

Saluti dal Ticino

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A Suíça é um país muito menor que a maioria dos seus vizinhos, mas é cheia de particularidades. Além de ser um dos únicos que não aderiu à União Européia (só recentemente aderiu à ONU!), é um país em que se falam oficialmente quatro línguas diferentes. A maior parte do país fala alemão. Em cerca de 30% do território, o francês é o idioma predominante. Em alguns cantinhos próximos à Áustria e ao norte da Itália, fala-se romanche. Já o Ticino, esse cantão (província) que visitei, é o único que fala italiano. A mistura entre a "perfeição" suíça e o jeitinho italiano forma uma combinação muito legal. Lugano é conhecida como um "paraíso de verão" para os suíços e, embora fique a umas boas centenas de quilômetros do mar, é descrita como uma cidade de estilo quase mediterrâneo. O lugar não tem muito mais do que 70 mil habitantes, mas vale a pena conhecer, pela proximidade que tem em relação a Milão e pela beleza. Da estação central de trem, que fica numa das partes mais al

Già sei in Svizzera!

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O trem para a Suíça saiu por volta das 8 e pouco da manhã. O primeiro trecho da viagem, através da região metropolitana de Milão, não foi muito interessante. De notável, apenas o fato de passar por Monza, que é a cidade onde se disputa o GP da Itália de F1. O trem tinha bem pouca gente e a maioria foi descendo nas intermináveis paradas ao longo do caminho. Quando finalmente parou no fim da linha - a fronteira - no meu vagão não havia mais ninguém senão um senhor dormindo. Meio confuso (não sabia que haveria troca de trem na fronteira) desci e segui o fluxo das poucas pessoas que desceram de outros vagões. Todo mundo passou reto por um posto de fronteira que, na verdade, era apenas uma estação de trem prolongada, com o lado de cá italiano e o lado de lá Suíço. Andei mais um pouco e comecei a ver umas placas indicando a aduana e a migração. Voltei um pouco e perguntei para uns guardas italianos onde fazia a imigração para a Suíça. Indicaram-me uma janelinha no final de um corred

Decidi: vou dar um pulo na Suíça

Desde antes da minha viagem, a proximidade entre Milão e o sul da Suíça tinha me deixado com vontade de dar um pulinho do lado de lá da fronteira. Cheguei até mesmo a cogitar de reservar um albergue em Lugano para dormir a última noite antes do meu retorno ao Brasil, ao invés de ficar em Milão, que sinceramente nunca me atraiu muito. Acabei deixando de lado o plano porque não consegui, pela internet , encontrar um albergue que ficasse próximo ao centro da cidade e que fosse barato. Como também não tinha muita noção do grau de facilidade/dificuldade de cruzar aquela fronteira e de voltar em tempo curto para pegar o avião em Malpensa, a idéia foi morrendo. Quando cheguei em Milão, entretanto, tratei de me informar como era possível ir até Lugano e voltar logo em seguida. Descobri que existe um sistema integrado de trens regionais chamado Ti-Lo (abreviação de Ticino, cantão suíço em que fica Lugano, e Lombardia, a região italiana de Milão). Por cerca de 14 euros, podia ir em pouco

Milão - passeios rápidos

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Fui caminhando do albergue até o centrão da cidade - a Piazza Duomo. No caminho, sem o peso da mochila nas costas, pude perceber bem melhor a cidade. Milão parece que não tem nada a ver com as demais cidades da Itália que até então eu tinha conhecido. É bem mais "européia", no sentido de parecer mais com o que se espera de um lugar mais desenvolvido. Lembra mais um lugar francês do que italiano, pelo menos na imagem que eu tinha na cabeça. Chegava rir sozinho quando via pessoas estilosas na rua, com cara de modelo, tanto homens como mulheres, usando aqueles óculos gigantes de marca e casacos que tinham jeito de custar pelo menos uns 1000 euros. Nunca vi um lugar em qualquer outro lugar da Europa em que as pessoas andassem tão bem vestidas na rua. A cidade faz jus à fama ligada à moda. Quando cheguei na Piazza, a decepção com o fato de o Duomo estar em obras foi inevitável, mas mesmo assim fiquei muito surpreendido com a catedral. Só depois de dar umas voltas pelas

Milão - chegada sofrida

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As quase três horas de viagem entre Imola (na verdade Bologna, porque fiz conexão) e Milano passaram mais rápido do que qualquer outra que fiz de trem pela Europa naquele mochilão. Talvez porque tenha conseguido dormir numa parte, coisa rara para mim. A paisagem não empolga nem um pouco e talvez isso tenha contribuído para o sono. A região centro-norte da Itália é quase toda plana e não se passa perto de nada muito interessante. Como a maioria dos trens que vêm do sul, o meu chegou na estação Centrale, a mais importante das várias de Milano. Construída no início do século, a estação tem um ar parisiense (como depois eu veria em vários outros aspectos da cidade). É meio apertada para os dias atuais, mas havia obras, possivelmente para alguma ampliação ou melhoria. Segui meu ritual de cidade nova (procurar quiosques de informações turísticas, informação sobre o metrô) e em alguns minutos já estava procurando a entrada da estação do metrô, que fica embaixo da estação de trem. Ap

Domingo de descanso

Voltamos de Veneza no sábado de noite, bastante cansados, mas não o suficiente para deixar de jantar fora, hehehe. Cada noite que passei em Imola era motivo para a minha prima nos levar a um restaurante diferente, que ela e o marido (que estava viajando pros EUA enquanto ficamos lá) já conheciam. Confesso que a viagenzinha de dia inteiro com tios, prima e afilhada não foi das mais tranqüilas. Minha afilhada só tinha 10 anos recém completos e, como toda criança, não via graça nenhuma em ficar caminhando um dia inteiro para olhar prédios velhos. Depois do episódio na praça, em que ela caiu e se sujou, ficou ainda mais irritada e pedindo para ir embora a todo tempo. Fora isso, ainda havia o "conflito de interesses" entre minha tia e minha prima de um lado e eu o meu tio do outro. Elas se interessavam mais em olhar com calma as vitrines e até experimentar alguma coisa nos vendedores de rua; eu e o meu tio queríamos mais era conhecer o máximo possível e tirar fotos legais. Quand

Italiano

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Assim como a Alemanha, a Itália é um país que só se formou numa época relativamente recente, a menos de 200 anos. Antes disso, era um punhado de pequenos reinos e Estados independentes que tinham línguas próprias e costumes um tanto diferentes entre si. O italiano funciona como a língua nacional, dos meios de comunicação, da escola, do serviço militar, do serviço público, etc., o que não significa que as pessoas tenham deixado de falar suas línguas e dialetos locais. É bem comum não conseguir entender nada do que duas pessoas conversam entre si num trem ou num restaurante, porque, embora soem parecido, esses dialetos são bem incompreensíveis para nós. Mesmo não conhecendo muito da língua, os sotaques diferentes de cada região são logo percebidos por quem escuta com atenção, principalmente na entonação que dão nas frases. Não sei explicar porque, mas eu tinha um certo receio de ter dificuldades de comunicação na Itália. Fiz um cursinho de italiano pelo consulado, aqui em Santa Maria,

Venezia - 3ª parte

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Da Piazza San Marco, saímos em direção à Ponte dell'Accademia, para conhecer o outro lado da cidade e, de lambuja, as melhores vistas da cidade. De cima da ponte, tem-se essa vista da foto acima, que é um cartão-postal em si mesma. Ainda que estivesse chovendo, a visão era muito bonita. Gôndolas, vaporettos, aquelas estquinhas listradas para amarrar as gôndolas, a cúpula da Santa Maria della Salute ao fundo, tudo muito perfeito. Nosso objetivo era chegar até a igreja da S Maria della Salute, bem na pontinha da cidade, para conhecê-la e para ter a vista da Piazza San Marco de longe. Não foi fácil. É um verdadeiro labirinto que se tem que passar até chegar lá. No caminho, passa-se pelo Museu Peggy Gugenheim, que é esse prédio branco com folhagens verdes que aparece na foto de cima. Quando finalmente chegamos, a chuva apertou mais um pouco e nos socorremos no interior da igreja até que ela acalmasse. A vista a partir da frente também é muito legal. Já eram cerca de 16hs quan

Venezia - 2ª parte

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Logo depois que atravessamos a Ponte di Rialto, decidimos encontrar algum lugar para almoçar. Contando com a presença de uma criança e com a pouca vontade dos meus familiares de gastar um pouquinho mais em alguma coisa melhor, acabamos escolhendo uma lanchonete de fast food (tudo a ver com Veneza, hehehe...), perto do Campo di San Lucca. Na Itália, os Burger King geralmente têm ao lado uma outra cadeia local de fast food, a Spizzico , que lida com pizzas por preços e pacotes semelhantes aos de hamburger. Na minha opinião, uma opção bem melhor... Almoçados, chegamos finalmente na Piazza San Marco. A visão da praça é realmente impressionante. Quase toda cercada por prédios que parecem um filme em preto-e-branco (as Procuratie Vecchie), a praça se destaca pelo campanário alaranjado e pela Basílica de San Marco ao fundo. Outra coisa inconfundível é a maior concentração de pombas por metro quadrado que se vê por aí. Justamente na hora em que chegamos lá, começou uma chuva bem finin

Venezia - 1ª parte

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Depois de três dias em Roma e um em Firenze, cheguei em Imola na noite de sexta-feira, já com a combinação de que iríamos todos juntos (minha prima, minha afilhada e meus tios) a Veneza no dia seguinte, cedo da manhã. As passagens de trem já estavam compradas e por isso foi só descansar até o dia seguinte. Em pouco mais de duas horas, já estávamos chegando na estação central de Veneza, chamada Santa Lucia. A sensação de estar chegando perto da cidade é muito legal. Há uma longa ponte ferroviária ligando Mestre, no continente, até a cidade propriamente dita. A estação é pequena (não há mais para onde ampliá-la, pois ocupa toda uma parte de uma ilha relativamente grande) e por isso fica abarrotada de gente. Até os banheiros são pagos. Não há mapas de graça em nenhum quiosque turístico, por isso fiquei com o do meu guia mesmo. Era mais ou menos 9 e pouco da manhã e teríamos até as 18hs para conhecer a cidade. O tempo não era dos melhores, mas de vez em quando até abria um pouquinh

Passes de trem ou passagens individuais?

Uma pergunta que freqüentemente surge em comunidades ou sites destinados a discussões sobre mochilões na Europa é se vale a pena ou não comprar um daqueles passes de trem para viajar por terra. Para quem não sabe, existem alguns passes que são oferecidos pelas agências de turismo a quem vai para a Europa, que dão direito a um número ilimitado de viagens de trem dentro de determinadas regiões e por certo número de dias, ao longo de um período pré-estabelecido. Para pessoas não-residentes em países europeus, o mais conhecido é o Eurail . O que muita gente não sabe (ou não se dá por conta) é que, na maioria das vezes, esses passes só dão direito à passagem propriamente dita, não à reserva de assentos ou camas nos trens. Isso significa que, conforme o tipo de trem (Intercity ou Eurostar), um pagamento de uma taxa adicional pode ser facultativa ou até mesmo obrigatória para garantir um assento. Tirando essa questão, na minha opinião, um passe desses só vale a pena em situações muito

Firenze II

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Já era passado de meio-dia quando desci do Duomo, por iss tratei de achar algum lugar para comer. Não foi muito fácil encontrar algum lugar com comida de verdade a um preço acessível e que não estivesse atopetado de gente. Meus planos para a tarde incluíam uma passada pela Ponte Vecchio e os dois mais importantes museus da cidade: a Galeria degli Uffizi e a Accademia - coisa que descobri ser impossível de fazer num dia como aquele. Pois bem, comi e saí andando com um sorvetinho até a região da Piazza della Signoria, que é essa que aparece na foto acima. Ali, bem no meio dela, há uma estátua de Netuno (sensação de dejà vu, porque tem outra em Bologna!). Num dos lados da praça, fica o Pallazzo Vecchio, que tem uma área aberta à visitação gratuita. Fui, mas me arrependi, porque não achei nada de muito interessante lá. Num outro canto da praça, em direção ao rio, fica a Galeria degli Uffizi. Em frente a ela, uma estátua bem conhecida: o David de Michelangelo! Mas calma, ele não fic