Campo de elefantes em Chiang Mai: showzinho, trekking e rafting


No dia seguinte à nossa primeira noite em Chiang Mai, já tínhamos tudo acertado para fazer passeios em atrações fora da cidade. Seriam três lugares, começando às 8h da manhã e terminando por volta das 17h: um campo de elefantes, um local para fazer arvorismo e tirolesa e um zoológico de tigres, onde se pode entrar dentro das jaulas.

O “pacote” foi acertado com o mesmo taxista que nos levou do aeroporto ao hotel, assim que chegamos na cidade. Quando entramos no carro, lemos uma plaquinha bastante simpática escrita pelo motorista, cujo apelido em inglês é “Ton”, explicando que ele estava aprendendo inglês e que, por isso, se falassem inglês devagar, ele entenderia e daria o melhor de si para agradar o cliente. Olha o Ton aí, com a direção do carro do lado direito, como é na Tailândia:
Fomos puxando conversa e ele, muito simpático, ofereceu a possibilidade de fazermos esses três passeios num dia, por apenas 800 baht (cerca de 45 reais), indo nos buscar no hotel e esperando em cada uma das atrações. Em seguida, ele mostrou o seu álbum de relatos de clientes que já fizeram esses passeios com ele, no qual encontramos inclusive alguns comentários de brasileiros, em português, todos falando muito bem da experiência.

Embora não seja comum eu fazer esse tipo de acerto, fechamos de cara com o taxista – e não nos arrependemos. Apenas deixamos nossos nomes, meu número de celular e um sinal de 200 baht (15 reais).

Pontualmente, às 8h da manhã, logo depois do café, saímos do hotel em direção ao norte. O campo de elefantes que visitaríamos seria o de Maetaman, a uns 55km do centro de Chiang Mai, com estrada duplicada por cerca de 48km e o restante numa estrada simples asfaltada. O percurso todo leva cerca de 1 hora e 15 minutos, durante o qual só paramos a meu pedido num caixa automático para sacar dinheiro, já que ele nos disse que, com cartão de crédito, era possível que as atrações cobrassem mais caro.

Conforme o Ton, nosso taxista/guia, explicou, existem vários campos de elefantes ao redor de Chiang Mai, e embora os mais próximos da cidade sejam os mais visitados, a multidão acaba sendo tão grande nesses lugares que tudo acaba tendo fila e muita muvuca. Por isso, segundo ele, fazíamos um bom negócio apostando nesse campo mais distante, apesar do tempo maior de viagem.

Como programado, chegamos no Campo de Maetaman uns 5 minutos antes do início do show de elefantes, que geralmente é a primeira atividade que os visitantes participam quando vão a um desses lugares.

Além do show, o ingresso do campo agrega outras três atividades: 1) passeio de carro de boi; 2)trekking de elefante e 3) rafting em barco típico. Fora isso, também está incluído um almoço ao estilo buffet livre, sem a bebida.Como opcional, existe a possibilidade de participar do banho dos elefantes, no início da manhã. A ordem das atividades é alternada entre grupos de turistas, para que, enquanto uns fazem uma coisa, o outro grupo esteja fazendo outra, evitando filas.
O showzinho apresentado dura cerca de 40 minutos e certamente você já deve ter visto alguma imagem em algum programa de variedades na TV: os elefantes jogam bola; fazem cobrança de pênalti; pintam quadros com a tromba, usando um pincel grande (que depois são vendidos); hasteiam bandeira; fazem algumas piruetas e demonstram como podem ser usados para trabalhar com cargas pesadas.


Um pouco antes e também durante alguns minutos depois do show, os elefantes ficam à disposição dos visitantes para fotos, sendo que uma das mais “requisitadas” é a foto em que o elefante levante a pessoa com a tromba – basta dar uma gorjetinha de uns 20 baht para o tratador que ele ajuda na pagação desse mico.
Na sequência estabelecida no nosso ingresso, depois do show era hora do passeio de carro de boi até uma aldeia de uma hill tribe, ou “tribo das montanhas”. Cada dupla de turistas é colocada num carro de boi tradicional tailandês, puxado por dois animais bem robustos e conduzido por uma moradora das aldeias de tribos montanhesas.

O passeiozinho, com muitos solavancos, dura algo em torno de 20 a 30 minutos e passa por alguns lugares bastante simples, onde as pessoas das tribos realmente vivem, onde seus filhos estudam e onde existem centros comunitários bastante humildes. No final do percurso, que também tem algumas paisagens de campos bem legais, há uma área em que os locais vendem artesanato em uma espécie de feirinha dirigida apenas aos visitantes dos parques de elefantes das redondezas. Os produtos vendidos, porém, não diferem muito dos encontrados em qualquer bazar de Chiang Mai, apenas havendo maior variedade de lãs e sedas.
Depois da feirinha, vem a hora mais esperada do passeio a um campo de elefantes: o trekking em cima de um desses animais. Para subir, cada casal ou dupla de turistas é levado a uma torre, onde o elefante estaciona, deixa uma dupla que veio no outro sentido e a nova dupla “embarca”. Um condutor, que leva sempre na mão um daqueles instrumentos para controlar elefante que se vê no filme “Água para Elefantes”, é que comanda o bicho e dá as ordens para ele seguir caminho.

O trekking, ao contrário do que imaginávamos, dura mais de meia hora (creio que uns 45 minutos) e passa por lugares bastante variados. Em pelo menos duas oportunidades, cruzamos um rio (sendo essa a hora que mais dá medinho, porque a inclinação quando o bicho sobe e desce das margens do rio faz parecer que se vai cair de lá de cima).



No caminho, é comum passar por lugares onde mulheres de tribos locais vendem pacotes de cana de açúcar e cachos de banana por 30 baht (R$ 1,80), para que os turistas que quiserem comprar alimentem os próprios elefantes. Num dos lugares, compramos um pacote de cana – é só trazer para cima do lombo do elefante que ele já vem com a tromba, pega da sua mão e joga para dentro da boca, sem cerimônia, engolindo as canas inclusive com os barbantes que as amarram umas às outras.

Depois do elefante, e um tanto destruídos pelo vai e vem lá de cima (imagino que seja um pouco parecido com a experiência de andar de camelo), fomos almoçar, por volta das 13h30. O buffet, com comidas ocidentais e tailandesas, também ficou acima das nossas expectativas.

No final, logo depois do almoço, fomos para a última atividade: o rafting em embarcações tradicionais, que na verdade é só para descansar mesmo, porque não há nada de correnteza forte no rio que passa por ali. São jangadinhas de bambu, com apenas um banquinho para duas pessoas, sem qualquer frescura, conduzidas por dois homens – uma na frente e outro atrás – por um percurso de cerca de 3km, que tomam uns 30 minutos. Para aplacar o forte sol, entregam chapéus típicos de plantadores de arroz do sudeste asiático aos turistas, que devem ser devolvidos na chegada.

REFERÊNCIAS:

- entrada para o Maetaman Elephant Camp: 1500 baht por pessoa (cerca de 92 reais, com tudo incluído);

- leve algumas notas de 20 baht para distribuir como gorjeta na hora de tirar foto, na hora de descer do carro de boi, do elefante e da jangadinha;

OBSERVAÇÃO: quando se vai nesse tipo de lugar, sempre existe uma preocupação com relação aos maus tratos aos animais - entretanto, tivemos uma percepção bastante positiva em relação aos cuidados com os bichos, que parecem realmente muito bem.

Comentários

Blog da Shelly disse…
Este comentário foi removido pelo autor.

Postagens mais visitadas deste blog

União Europeia, Espaço Schengen e Zona do Euro (ATUALIZADO até 07/2019)

Budas e Budas

De Kamakura a Enoshima